Love Life – 01×01 – Augie Jeong
| 30 Mai, 2020

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[Pode conter spoilers]

Darby (Anna Kendrick) explora o confuso mundo das relações nesta antologia otimista de mini comédias românticas, que explora a forma como cada relação e cada desgosto nos transforma na pessoa que precisamos de ver para conhecer a pessoa com quem passaremos o resto dos nossos dias.

Antes de mais, sinto o dever de vos preparar desde já para que não cometam o mesmo erro que eu. Principalmente aos fãs de Anna Kendrick, fica o aviso: não vejam Love Life na expectativa de ver a Kendrick do costume. Não é que a performance seja propriamente fora do que seria de esperar da parte dela, nem se dá o caso de ser uma performance dececionante. No entanto, Darby é, à falta de melhor expressão, uma personagem “pequena”. Aliás, toda a série fica um pouco aquém do que era a minha expectativa, mas lá chegaremos. Darby é o tipo de personagem que beneficia bastante em ser interpretada por Anna Kendrick mas que, por outro lado, não dá espaço à atriz para fazer tudo aquilo que esperamos ver dela. Ou seja, quer o nosso interesse em Kendrick se prenda com o seu talento como atriz, quer se prenda com a sua personalidade engraçada e algo excessiva, vamos ficar dececionados.

O conceito da série, não sendo revolucionário, tem o seu interesse. Uma antologia de pequenas comédias românticas que correm mal até à derradeira, em que não só tudo acaba bem, como põe em perspetiva tudo o que aconteceu antes. É um conceito simples, mas é querido e otimista e tem tudo para correr bem… mas não resulta. No que toca ao piloto, pelo menos, o resultado são 20 minutos de uma série que, apesar de não falhar gravemente em qualquer ponto específico, não emociona, não inova, não satisfaz. Vê-se. A voice-over inicial, cheia de factos e com um sotaque britânico pretende, de certo, ser quirky e engraçada, mas falha tão completamente que acaba por refletir o espírito de toda a série: trying, but failing (ou, num português meio manhoso, tentando e falhando).

Aliás, se tivesse de resumir a série numa palavra, seria “underwhelming”. Uma palavra sem equivalente exato em português, mas cuja tradução seria precisamente dececionante. É uma série que fica aquém. Aquém das expectativas altas com que eu encarei o piloto (influenciada pelo cast de Anna Kendrick para o papel principal e pela classificação da série como comédia romântica), sim, mas também muito aquém daquilo que poderia ser. Tenho alguma esperança de que seja o tipo de série que ganha com o tempo. O tipo de série cujo piloto, apesar de fraquinho, cria uma base sólida para episódios mais interessantes, emocionantes, engraçados, ou pelo menos memorável.

Para os mais curiosos (e corajosos) recomendo que se mentalizem e que se convençam a priori de que não vão ver para lá do piloto. Pode ser que tenham uma boa surpresa. Eu, no entanto, acho que fiquei por aqui.

Raquel David

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