The Valhalla Murders – 01×01 – Episode 1
| 17 Mar, 2020

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[Não contém spoilers]

E porquê, perguntam-se vocês? Porque o episódio foi mau – muito mau, atrevo-me a dizer – e, como tal, consigo relatar a história sem spoilers. Bem, pelo começo já perceberam que não gostei, mas convém começar por vos apresentar o enredo antes de prosseguir para uma análise do episódio.

The Valhalla Murders, uma produção original Netflix, é oriunda da Islândia, com o título original Brot. Por um lado, há que louvar a chegada de mais produções de todo o mundo e o acesso global que temos a elas nos tempos que correm. [Aliás, se quiserem ouvir mais opiniões sobre isso, ouçam o episódio 3 do nosso podcast]. Posto isto, a série retrata o primeiro assassino em série na Islândia e começa com imagens de uma mulher no porta-bagagens de um carro antes de transitar para imagens de um casal num bar, sem conseguirmos perceber se a mulher é a mesma ou não.

Ponto positivo: As paisagens que se foram vendo no episódio são as paisagens típicas da Islândia e trazem, sem dúvida, uma mais-valia à série. No entanto, não é o suficiente, o resto da história desenrola-se de forma muito lenta e sem interesse. O homícidio que acontece não me deixou intrigado o suficiente. Depois temos a detetive Kata, com uma série de problemas pessoais e profissionais, que sente que a estão a ultrapassar no trabalho, injustamente, e que será uma das personagens principais. Não houve nada na série exceto as paisagens que me deixassem cativado.

O que é que fizeram de errado? Sei tanto como o próximo espectador, mas a minha teoria é que, hoje em dia, já existe imensa competição a nível de séries políciais e, portanto, quando te aventuras neste mundo precisas de ter duas coisas em mente: qual a história que queres contar e como convencer as pessoas a ver. O primeiro ponto não consigo criticar ou elogiar; o seu desenvolvimento poderia ser excelente (mas não vou acompanhar para ver). Quanto ao segundo ponto, já aqui teci a minha opinião de que não conseguiu agarrar o espectador.  A outra explicação para não ter gostado deste episódio são os políciais nórdicos. Os policiais nórdicos como os de Camilla Läckberg ou Stieg Larsson criaram uma tendência espetacular e inovadora no género, com livros mais calmos, negros e que remetem para uma vertente mais psicológica. No livro resulta bem, mas a adaptação para a tv é mais complicada; aliás, poucas são as séries que conseguem trazer-nos a essa vertente psicológica e introvertida que acabou por ser caraterística deste género. Lembro-me por exemplo de Dexter, que, com a sua voz interior, tornava isso possível.

Para mim é esta tentativa de trazer o que caracteriza os policiais nórdicos à televisão, junto de uma produção inexperiente, que justificam uma tentativa mal conseguida. Até poderia entrar mais no detalhe do que acontece no episódio, mas no geral foram uma série de cenas desconexas, personagens não muito interessantes, acompanhadas de uma banda sonora desajustada.

Fico por aqui e não irei ver mais. E vocês, viram o episódio?

Raul Araújo

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