[Não contém spoilers]

She é mais uma das muitas séries indianas originais Netflix que têm surgido nos últimos tempos, que segue a jornada de uma polícia na descoberta da sua sexualidade, quebrando estereótipos enquanto tenta acabar com um cartel de drogas.

Neste primeiro episódio, começamos por acompanhar um homem que entra num bordel, onde vai escolher uma prostituta para saciar os seus desejos sexuais. No início, é apenas esta a informação que nos dão, mas depressa nos percebemos que a escolha da “prostituta” não é feita ao acaso. Estamos perante uma operação policial secreta em que uma agente da polícia, Bhumi (Aditi Sudhir Pohankar), está infiltrada para tentar apanhar um dos criminosos mais perigosos do mundo das drogas em Bombaim.

Além das interpretações dos atores, nada mais há no episódio que consiga realçar pela positiva. O piloto relata um curto espaço de tempo, com flashbacks, para entendermos melhor o contexto, mas a narrativa não prende o telespectador, não é interessante e nem mesmo a realização prima pela qualidade. Os diálogos são pobres e repetitivos, e algumas cenas pareceram-me demasiado longas, assim como o episódio, que poderia ter sido contado em menos de 30 minutos. Destaco apenas facto de a série mostrar uma cultura que ainda continua a pôr as mulheres abaixo dos homens, como nos é mostrado pelos comentários que os polícias (masculinos) fazem em relação a Bhumi e cuja ideia vem ser reforçada mais adiante no episódio, com a descrença nas capacidades de Bhumi em conseguir levar a cabo a operação de forma bem sucedida.

Resumindo, o episódio piloto foi bastante pobre na narrativa, demasiado longo para os acontecimentos retratados e com poucos pontos de interesse. A única coisa que “salva” o episódio de ser completamente mau é mesmo o desempenho da grande maioria do elenco. Dito isto, o meu parecer geral é negativo e não tenho grandes expectativas para os episódios seguintes.

Cláudia Bilé