Rush Hour – 01×01 – Pilot
| 02 Abr, 2016

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Lembram-se daqueles filmes com Chris Tucker e Jackie Chan todos divertidos com “porrada” abundante e piadas fáceis? Se sim, e se era ao vosso gosto, preparem-se para um piloto que tenta roçar neles sem realmente conseguir.

James Carter é um agente da polícia desajeitado que causa mais sarilhos nas suas missões do que a esquadra consegue suportar e, como forma de castigo, vê-se forçado a fazer de babysitter de Lee, um detetive de Hong Kong que necessita de ir para Los Angeles para recuperar umas estátuas valiosas roubadas pela máfia chinesa. A dupla, que ao início ainda mal se conhece, precisa de se dar bem se quer superar os seus obstáculos e apreender os culpados do crime.

A fórmula de Rush Hour é inquestionavelmente uma que pode muito bem ser adaptada ao formato televisivo. No entanto, é preciso limar algumas arestas e injetar alguma originalidade para que não se faça uma cópia rasca dos filmes em questão. Se os filmes, por si só, já não eram nenhuma maravilha, a série vai ao encontro precisamente de tudo aquilo que não devia ser: uma cópia rasca. Para os papéis outrora do humorista Chris Tucker e do palhacinho Jackie Chan temos Justin Hires e Jon Foo; que são dois atores estreantes sem qualquer tipo de talento para igualar quem representam. Hires é irritante e não consegue captar a expressividade de Tucker nem por um segundo; já Foo é um “Orlando Bloom asiático” desprovido de qualquer característica performativa. Ambos estão lá porque certamente não havia melhor que aceitasse os papéis.

A realização de Jon Turteltaub – note-se que este realizador não é nenhum desconhecido do cinema de ação e aventura (no seu currículo conta com National Treasure com Nicolas Cage, por exemplo) – é ligeira e sem grandes preocupações. O argumento – e este é quase inadmissível que tenha saído da forma que saiu – é assinado pelos guionistas dos filmes, em conjunto com alguns novatos, e tem por base piadas fáceis e enredo banal que não consegue trazer nada de concreto ou original, muito menos respeitar as exigências do seu material de origem. É nas sequências de ação que Rush Hour ganha vida, ainda que não seja suficiente para salvar o episódio.

Com tanto filme a ser adaptado para televisão, era de esperar que uma grande parte dessas adaptações caíssem por terra (ainda não conseguimos perdoar por Minority Report) e o certo é que esta nova tendência não deve ser feita de cabeça quente. As séries são uma máquina de fazer dinheiro, mas há que respeitar o material de origem e tratá-lo com alguma delicadeza para que quem nunca tenha visto não fique com uma imagem denegrida do mesmo. Posto isto, Rush Hour é péssimo e a ser evitado a todo o custo.

Jorge Lestre

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