Game of Thrones – 06×03 – Oathbreaker
| 10 Mai, 2016

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Home foi um episódio bastante forte, tanto em emoções como em história. Jon regressou ao mundo dos vivos e tudo o que viesse a seguir não seria o suficiente para nos fascinar. Oathbreaker teve momentos chave, com o regresso de Rickon Stark e com Jon a abandonar Castelo Negro. Contudo, foi um episódio mais morno, mas importante em termos de desenvolvimento, especialmente nas histórias de Arya e nos outros dois irmãos Stark. A cena da Torre da Alegria mobilizou todas as atenções, mas soube a pouco porque não revelou o que todos queriam saber.

Apesar de tudo, este episódio levantou um bocadinho da cortina acerca do que nos espera o resto desta sexta temporada.

King’s Landing

No primeiro episódio, quando Tommen pede ajuda à mãe para o tornar mais forte e deixar de ser um bebé chorão, ainda pensei que Cersei conseguisse colocar finalmente as garras no filho e moldá-lo a seu bel prazer. Contudo, parece-me que Cersei e Jaime estão cada vez mais sozinhos na Fortaleza Vermelha. Eles estão cheios de ódio pelas Sands em Dorne, que tomaram conta da região.

Por muito preocupante que isso seja (falar em Dorne ainda me irrita por ser a história mais mal feita de toda a história da série), há outros problemas que merecem a atenção do Pequeno Conselho. Como ter uma rainha presa pela Fé Militante, por exemplo. Cersei está tão preocupada em querer assassinar todas as pessoas no país que andam a gozar com a sua Caminhada de Expiação e a querer vingar a morte da filha que se esquece do problema que constitui ter um monarca preso pela Fé. Enfraquece o poder do rei e transforma-os em motivo de chacota. Não é com as piadas sobre Cersei que deviam preocupar-se. Ela já não é rainha, quer queira quer não. É com Margaery. Graças aos deuses por Olenna Tyrell e Kevan Lannister. Jaime ao lado de Cersei parece ficar o tonto idiota de outros tempos.

O ingénuo e influenciável rei Tommen I a falar sozinho com o Alto Pardal. Quando ele começou a comparar Cersei com a outra Mãe… Bom, o certo é que o Alto Pardal, com o seu jeito humilde e amável, conseguiu acalmar o furioso rei. E não sei até que ponto é que o último filho vivo dos Gémeos Lannister não sei deixará influenciar pela Fé.

Para terminar a parte da capital… a sério que os “passarinhos” de Varys eram crianças? Até que é uma ideia inteligente. Não sei é se Qyburn tem a mesma maneira doce de Varys para mantê-las ao seu lado. E logo com a monstruosidade que é o Montanha. Alguém que mate aquela coisa depressa. Que horror.

Meereen

Meereen tornou-se num dos locais mais interessantes da série quando juntou Tyrion e Daenerys. Sem a Mãe dos Dragões, Meereen perdeu um bocado de força e nem Tyrion e as suas tiradas fabulosas conseguem salvar isto. Ainda não entendi bem o que vai acontecer em Meereen nem como e qual será o papel dos Filhos da Harpia nisto tudo. Será só desmantelar a organização ou quererão usá-los para seu proveito? Meereen deve ter os seus dias contados. Estou quase certa que, quando Dany regressar, a sua ideia será agarrar em toda a gente e zarpar para Westeros. É a única coisa que faz sentido, digo eu. E até lá, Tyrion, Varys, Missandei e Grey Worm terão de arranjar navios e um exército. Quantos Unsullied é que ainda há mesmo?

Braavos

Arya: Uma rapariga não tem nome. 

Ora aqui está um bom desenvolvimento. Já tinha expressado os meus receios sobre o engonhanço da história de Arya. Ela chegou à Casa do Preto e do Branco no início da temporada passada e está na altura de seguirem em frente com o treino de Arya.

Apesar a ideia de ver Arya deixar para trás a sua identidade me deixe de coração partido (como já o dissera), foi muito gratificante vê-la lutar e a conseguir defender-se pela primeira vez. Agora é esperar para ver onde nos leva isto. Quando será o primeiro teste dela? Será que vai ceder e voltar às origens? Alguma vez irá descobrir que ainda tem quatro irmãos vivos e, se tal acontecer, o que fará em relação a isso?

Winterfell

OK, andam mesmo a chover Starks de todos os lados possíveis. Jon ressuscitou e deu o fora da Patrulha, Bran anda a ter das melhores histórias, Sansa viu-se livre do monstro do marido e agora Rickon aparece do nada? Será possível que tenha chegado finalmente a altura da vingança dos Stark? Por favor, sim.

Rickon e Osha andavam desaparecidos desde a terceira temporada quando Bran enviou o irmão mais novo para os Umber. Bran acreditava piamente que a Casa era fiel aos Stark. Tanto que lhes confiou o único irmão que ainda vivia.

Por isso, ver outra Casa a virar-se contra os Stark dá-me vontade de gritar a plenos pulmões. Isso e ver outro lobo gigante morto. Já custou o suficiente ver o que fizeram ao lobo de Robb. E ver a cabeça do de Rickon despertou sentimentos antigos. Ao menos Nymeria, Verão e Fantasma ainda estão vivos. Pelos menos os últimos dois.

Só me apeteceu esfolar a cara de Ramsay e o seu sorriso de satisfação. Já bem bastava ele ter o controlo total do Norte. Só lhe faltava ter um Stark. Não é Sansa, mas não é um mau prémio de consolação. Bem vindo de volta, jovem Stark. Que os deuses tenham piedade da tua alma.

Depois de ver a cena outra vez, arranjei outra explicação para o que estava a acontecer. Será que isto não é tudo uma jogada dos Umber? A cabeça do Shaggydog parecia muito pequena para ser de um lobo gigante. E porque é que a Osha continua viva? Ela sempre protegeu Rickon com todas as suas forças. Osha era bem dispensável.

A minha teoria é (utópica, mas na minha cabeça faz sentido e já vi outros sites que partilham da mesma opinião), os Umber já perceberam que o Ramsay é mesmo um “Cão Raivoso” e que os seus tratos de psicopata serão o seu fim, agora que não tem o pai para o “controlar”. Ramsay agora pode fazer o que quer e bem lhe apetece. Ele não é indestrutível. Ninguém em Game of Thrones é indestrutível. Com Roose Bolton morto, os Umber podiam ter achado que seria a altura ideal para recuperar Winterfell. Ele nem sequer jurou vassalagem à Casa Bolton (isso tem de contar para alguma coisa!). Uma falha neste pensamento é o perigo que Rickon corre nas mãos do bastardo. Mas é para isso que a Osha continua viva ou não?

Isto pode ser tudo muito bonito e perfeito. Porém, pode estar totalmente errado e Ramsay ter um novo lobo para brincar e uma mulher para violar e lhe aquecer a cama, agora que já não tem Myranda e Sansa.

Para lá da Muralha

A cena da Torre da Alegria foi como comer um Ovo Kinder sem poder abrir a surpresa. A parte do chocolate foi a luta entre Arthur Dayne e Ned Stark, mas a surpresa foi-nos roubada. Só mesmo esta série para me deixar tão frustrada.

Os acontecimentos que antecederam a Rebelião de Robert e mesmo os tempos do reinado de Aerys II são meio envoltos em mistério. Martin descortinou algumas coisas n’ “O Mundo do Fogo e do Gelo”, que eu ainda não tive a oportunidade de ler. No entanto, um dos momentos mais icónicos do passado é a parte em que Ned Stark vai à Torre da Alegria nas Montanhas Vermelhas de Dorne buscar Lyanna, que supostamente tinha sido lá aprisionada por Rhaegar.

Rhaegar e Lyanna esconderam-se em Dorne e o príncipe apenas a deixou para ir combater no Tridente, onde morreu sob o martelo de Robert Baratheon. Ned vai resgatar a irmã quando tudo já tinha acabado. O Rei Louco e o príncipe estavam mortos. A Casa Targaryen tinha caído em desgraça.

Arthur Dayne era o melhor espadachim dos Sete Reinos. E em vez de estar a ajudar o seu príncipe a combater os rebeldes, tinha ficado encarregue de guardar a Torre. Porquê? Ele e os companheiros poderiam ter ajudado, e muito, Rhaegar e o seu exército. Não faz sentido, pois não?

Porque é que Rhaegar estava a arriscar tanto por Lyanna? O que é que se passou realmente entre eles? Será possível que a forte e destemida Lyanna Stark se tenha deixado mesmo raptar?

A cena de luta foi fenomenal!! Mesmo que Dayne tenha lutado com duas espadas, foi mesmo uma cena do outro mundo. Mas que maneira mais horrível de um guerreiro tão fantástico como ele morrer, apunhalado pelas costas. Com que então o honrado Ned Stark não era perfeito. “Gabou-se” de uma vitória que, em circunstâncias normais, não seria sua. Ou terá ele tentado dar uma morte digna a Dayne? Morrer apunhalado pelas costas é quase um insulto para um homem daqueles (tal como foi para Khal Drogo há cinco temporadas atrás!)

E aquele grito vindo do alto da Torre? Gelei da cabeça aos pés. Assim de repente assemelhou-se muito ao de uma mulher a dar à luz.

Porque é que o Corvo não deixou Bran ver o resto da cena? Será que achou que ele não estava preparado para presenciar o que estava a acontecer lá em cima? É demasiado cedo para Bran descobrir que Jon não é o bastardo que todos pensavam, mas o filho (ilegítimo ou não, isso ainda se está para descobrir também) do lendário Rhaegar e da força da natureza que era Lyanna? Benioff e Weiss não querem revelar todos os segredos logo no início da temporada, mas é quase imperdoável ter-nos sido negado isto. Quando muito serviu para dar ainda mais importância ao que nos aguarda no topo da Torre. Valeu pela luta e por vermos um ator mais parecido com o Neil Patrick Harris do que com o Sean Bean.

Vaes Dothrak

Uau. Dany regressou mesmo às origens. E voltar às origens neste caso mostra-nos a nós, fãs, a injeção de dinheiro que esta série levou ao longo dos anos. Se forem ver Vaes Dothrak da primeira temporada e compararem com esta… A sério, uau!

Já é a segunda vez que Dany repete os seus infinitos títulos aos Dothraki. E já é a segunda vez que eles ignoram completamente o que ela é ou deixa de ser. Ali, Daenerys é a Khaleesi viúva do Grande Khal Drogo. Sem os dragões, os Unsullied, Missandei, Tyrion, Jorah e Daario, Dany é apenas Dany. Uma mulher indefesa que nada pode fazer para se livrar do destino no Templo das Viúvas. Será que é aqui que Dany ganha um bocadinho de humildade e que percebe que não é só pelos meios de violência e por terceiros que consegue os seus objetivos? Daenerys sempre foi uma mulher que nunca soube gerir bem o poder que teve. Às vezes até é perceptível aquele olhar de loucura tão característico dos Targaryen. Mas depois vemos uma Dany que faz tudo para libertar escravos e que até está aberta a ouvir os outros.

Qual será a lição que Dany irá aprender desta sua estadia com as outras viúvas? Sinceramente, não estou muito desejosa que os dois cavaleiros apaixonados a resgatem muito depressa. Primeiro, porque não vai ser assim tão fácil. Segundo, porque acho que Dany levar um par de estalos, nem que seja metafórico, lhe vai fazer muito bem.

Muralha

Melisandre: O Stannis não era o príncipe que foi prometido, mas alguém tem de ser. 

Melisandre parecia uma criança no Natal, ao ver que tinha sido bem sucedida em ressuscitar Jon. E chamou-lhe o “príncipe que foi prometido”. Ou muito me engano, ou é a primeira vez que apelidam a profecia assim.

Esperava ver Jon mais afetado pelas horas que esteve morto, mas o pobre homem estava pálido que nem o Fantasma e bastante fraco. Mas não fraco o suficiente para se privar de executar os traidores que o assassinaram. Se Olly tivesse sido abençoado com o olhar laser do Super-Homem, tinha morto Jon outra vez pela maneira como o fitou. Só mesmo esta série para nos fazer festejar a morte de uma criança. Mas suponho que nem mesmo as crianças têm oportunidade de o ser em Westeros.

A maneira como Jon se despediu da Patrulha lembra-me o falecido Barristan Selmy a tirar a armadura e virar costas ao rei. Que patrões, meu Deus!!

A morte de Jon serviu para isto mesmo. Os votos do patrulheiro da Muralha acabam quando se morre. Não há nenhuma cláusula para a ressurreição. Jon morreu e com ele morreu o seu juramento. Tão simples quanto isto. Jon fez o que achava certo vezes e vezes sem conta. Viu-se sempre sozinho e foi tratado como um traidor em vez de como um homem que está a tentar salvar o mundo da melhor maneira que pode. Foi morto por estar a fazer o que está certo. O Senhor Comandante fartou-se.

Jon: A minha patrulha acabou.

Maria Sofia Santos

 

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